Como manter a saúde em dia em 2016
- Fonte: Revista Vejaonline
- 4 de dez. de 2015
- 3 min de leitura

Entre as promessas feitas com a chegada de um novo ano, cuidar melhor da saúde é uma das mais comuns. Comer alimentos nutritivos, praticar atividade física e controlar o stress são importantes, mas a cartilha do bem-estar inclui um mandamento muitas vezes negligenciado: o check-up.
Qualquer pessoa, em qualquer faixa etária deve ser examinada de tempos. Esse cuidado evita o aparecimento de moléstias e ajuda a detectar - e tratar - doenças precocemente. Merecem atenção redobrada pacientes com fatores que predispõem enfermidades: sedentários, obesos, tabagistas, idosos e pessoas com histórico familiar de doenças graves.
Para Arnaldo Lichtenstein, clínico geral do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, uma boa avaliação médica começa com uma longa conversa no consultório. "O médico vai fazer uma exame clínico cuidadoso, conhecer o paciente, recomendar vacinas e, por fim, pedir exames", afirma
Zelar pela saúde não significa repetir incontáveis exames todos os anos. O excesso de procedimentos sem indicação correta podem gerar gastos e preocupação desnecessários. "O problema disso é muitas vezes achar doenças que não existem e submeter um paciente a procedimentos invasivos que podem ser inúteis", afirma Danielli Haddad, coordenadora do Centro de Acompanhamento da Saúde e Check-up do Hospital Sírio-Libanês.
Quem precisa de check-up? - Recomendações do governo e de entidades médicas que estipulam quais exames devem ser prescritos para quais pessoas, e com que frequência, ajudam a nortear os médicos. Essas diretrizes são elaboradas com base em estudos científicos consistentes (feitos com mais de 15 000 pessoas e durante mais de dez anos). Elas indicam os procedimentos que podem salvar a vida de um número considerável de pacientes e os que são dispensáveis.
Órgãos públicos, como o Instituto Nacional do Câncer (Inca), também consideram o fator econômico - ou seja, até que ponto o custo do diagnóstico vale a pena. "Se forem necessários 5 000 exames para prevenir uma morte, não compensa o investimento. Mas, se a cada 300 testes uma morte for evitada, o gasto é válido", diz Lichtenstein.
A conclusão de novas pesquisas altera a recomendação das instituições de saúde. Em novembro deste ano, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Urologia aumentou de 45 para 50 anos a idade mínima recomendada para exames de PSA (proteína que, em níveis aumentados, pode indicar existência de câncer) e de toque retal em homens. A atualização foi feita quando especialistas detectaram um excesso de diagnóstico de câncer de próstata que não se desenvolviam de forma agressiva.
Além disso, as diretrizes variam de acordo com o país e a entidade médica. Enquanto o Inca, órgão oficial do governo, recomenda a mamografia a partir dos 50 anos para mulheres, há médicos que a solicitam para pacientes de 35 anos. Alguém está errado na recomendação? Difícil dizer, já que o debate sobre o assunto não foi encerrado. Se, por um lado, o exame pode diagnosticar tumores em fases iniciais e evitar sua progressão, por outro, ele expõe mais pessoas à radiação e induz à cirurgia pacientes cujos tumores poderiam nem ter se desenvolvido.
A Saúde dos Olhos

A consulta com um oftalmologista é necessária não só para detectar graus de miopia, hipermetropia ou astigmatismo do paciente, mas para o diagnóstico de doenças que acometem a vista, especialmente após os 40 anos. Essas condições incluem glaucoma, catarata e degeneração macular relacionada à idade (DMRI). "Uma pessoa com caso de glaucoma na família tem de dez a quinze vezes mais chances de apresentar o problema. Por isso, a partir dos 40 anos, ela deve acompanhada por um oftalmologista com frequência", diz Fabrício Witzel, oftalmologista do Hospital das Clínicas da USP.
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